26 de fevereiro de 2009

O estilo "Art Déco"

Vasos, à esquerda Keith Murray, no centro Yasutoshi, à direira (acima) René Lalique e (abaixo) Clarice Cliff; vitrais, à esquerda Mark Lanny (site Stained in Glass), à direita (tulipa) Tooley Art Glass Studio; e cartaz "Art déco" Galeria de posterarts (flickr).



Art Déco - termo de origem francesa, que se refere à arte decorativa, (abreviação de arts décoratifs), foi um movimento artístico de design, desenvolvido nas décadas de vinte e trinta do século XX, que afetou as artes decorativas, a arquitetura, design interior e desenho industrial, assim como as artes visuais, a moda, a pintura, as artes gráficas e cinema. Um estilo decorativo que teve sua origem com a Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, realizada em Paris em 1925.

O movimento foi, de certa forma, uma mistura de vários estilos e movimentos do início do século 20, incluindo Construtivismo, Cubismo, Modernismo, Bauhaus, Art Nouveau e Futurismo. Os anos 1920 e 1930 assistiram ao florescimento de um movimento artístico e arquitetônico que se tornou um ‘cult’ entre os entusiastas das artes.

Embora muitos movimentos de design tivessem raízes em intenções filosóficas ou políticas, a Art Déco foi meramente decorativa. Sem abrir mão do requinte, os objetos têm decoração moderna, mesmo quando feitos com bases simples, como concreto (betão) armado e compensado de madeira, ganham ornamentos de bronze, mármore, prata, marfim e outros materiais nobres. Diferentemente da Art Nouveau, mais rebuscada, a Arte Déco tem mais simplicidade de estilo.

O padrão decorativo Art Déco segue outra direção: predominam as linhas retas ou circulares estilizadas, as formas geométricas e o design abstrato. Entre os motivos mais explorados estão os animais e as formas femininas. Nesse sentido, é possível afirmar que o estilo "clean e puro" Art Déco dirige-se ao moderno e às vanguardas do começo do século XX.

O Art Déco apresenta-se de início como um estilo luxuoso, destinado à burguesia enriquecida do pós-guerra, empregando materiais caros como jade, laca e marfim. É o que ocorre, nas confecções do estilista e decorador Paul Poiret, nos vestidos "abstratos" de Sonia Delaunay, nos vasos de René Lalique, nas padronagens de Erté.

A partir de 1934, ano de realização da exposição Art Déco no Metropolitan Museum de Nova York, o estilo passa a dialogar mais diretamente com a produção industrial e com os materiais e formas passíveis de serem reproduzidos em massa. O barateamento da produção leva à popularização do estilo que invade a vida cotidiana: os cartazes e a publicidade, os objetos de uso doméstico, as jóias e bijuterias, a moda, o mobiliário, etc.

A despeito de seu enraizamento francês, os motivos e padrões Art Déco se expandem rapidamente por toda a Europa e pelos Estados Unidos, impregnando o music hall, o cinema de Hollywood (onde Erté vai trabalhar em 1925), a arquitetura (por exemplo, a cúpula do Edifício Chrysler, em Nova York, 1928), a moda, os bibelôs, as jóias de fantasia, etc.

Na arquitetura, as mais significativas expressões do Art Déco foram dadas pelos arranha-céus americanos da época, como o Empire State Building, de Shreve, Lamb e Harmon, concluído em Nova York em 1931.

A arte decorativa “Art Déco”, tornou-se internacional, expandindo-se pelo mundo ocidental até a Segunda Guerra e em alguns lugares, até o final da década de 40.

No Brasil

O Art Déco entra em convergência com o nacionalismo modernista, absorvendo temas indígenas - flora, fauna e motivos geométricos, inspirados nas cerâmicas marajoaras do Pará. O pintor Vicente do Rego Monteiro, por ser pioneiro da pesquisa de temas indígenas, e os irmãos Antônio Gomide e Regina Gomide Graz, a que se soma John Graz, seu marido, foram os três principais difusores deste estilo. Atuaram não só na pintura, como na produção de objetos de decoração e arquitetura de interiores, como vitrais e painéis pintados com temas alegóricos decorativos, abajures, tapetes e almofadas.

No Brasil, a obra de Victor Brecheret pode ser pensada com base nas influências que sofre do Art Decó, em termos de estilização elegante com que trabalha formas femininas (Daisy, 1921) e figuras de animais (Luta da Onça, 1947/1948). Uma obra de Brecheret em estilo Art Déco é o Monumento das Bandeiras, em São Paulo.

O edifício-sede da Biblioteca Mário de Andrade e o Estádio do Pacaembu, ambos também em São Paulo, são dois grandes marcos arquitetônicos do estilo na cidade.

Um rápido passeio pela cidade do Rio de Janeiro pode ser tomado como exemplo da difusão do Art Déco, impresso em vitrais, escadarias, decoração de calçamentos e letreiros. Alguns dos exemplos mais significativos da Art Déco no Brasil são a Torre do Relógio da Central do Brasil e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.




CERÂMICAS - ART DÉCO


Charles Catteau - 1925
Henry Delcourt - 1925












Clarice Cliff - 1930 - 1931

Clarice Cliff - 1929











Paul Milet for Sevres - 1930
Paul Milet for Sevres - 1930












Marcell Guillard - 1927
Goldscheider - 1935











Nenhum comentário: