

Mestre Nado é especialista na confecção da quartinha, a tradicional moringa (jarro de barro para guardar água fresca), feita de barro cozido, vermelha, algumas com enfeites coloridos, outras com o sinal do oleiro. Cheias d’água, as quartinhas correspondem à quarta parte de uma jarra comum, ou de um cântaro, daí seu nome. Com a chegada das geladeiras no sertão, o mercado para a quartinha de barro diminuiu muito (no auge da profissão, mestre Nado chegou a fazer cem quartinhas por dia).
Da cerâmica utilitária, passa a trabalhar na oficina de cerâmica do artista Francisco Brennand, onde criava peças sólidas, de barro maciço, em um estilo próprio. O artista Brennand reconhece a arte de mestre Nado, que parte para a feitura de sua obra, numa busca de pesquisa pessoal.

O som da ocarina revela ao mestre Nado algo de particular e precioso no seu fazer de artesão: a feitura de instrumentos musicais que ele passa a produzir nas mais diversas formas da natureza.

Ele se encantou com a múltipla sonoridade do barro, e começou a estudar a música. E, de tanta pesquisa, chegou a uma forma mais complexa da ocarina com uso de argila, couro e madeira. Já estava maduro, a cabeça branca não o impediu de continuar a buscar o aperfeiçoamento dos sons.

Após essa descoberta, ele passou a pesquisar a fundo o assunto e começou a criar novos instrumentos musicais (sopro e percussão), todos feitos a partir do barro. Essa pesquisa requer tanto sensibilidade musical, quanto domínio técnico de materiais, massas, pigmentos e queima.

Seu interesse pela música aumentava a cada dia e, de escultor, Nado passou a ser compositor e começou a fazer cirandas e outras canções que eram executadas em suas criações. Entre uma apresentação e outra, e diversas exposições culturais, o mestre das ocarinas foi descoberto e começou a lançar seu estilo para o mundo a fora.
Ao lado de seus três filhos, que também o ajudam na fabricação das ocarinas e outros instrumentos, Sara na percussão, Micael na maraca, Neemias no reco-reco, mestre Nado e sua flauta compõem o grupo “Som do barro” que além de apresentações musicais realiza oficinas itinerantes em escolas, colégios, feiras e festivais.
Nesta oficina, os aprendizes, em contato com o barro, aprendem a confeccionar instrumentos musicais, descobrindo dessa forma, o gosto pela escultura e pela música. Hoje o grupo tem presença obrigatória em vários movimentos culturais do Estado.

Na transmutação da jarra de água em “cânfora sonora”, Mestre Nado trabalha o barro e molda a forma. Essa, em suas mãos de tocador, se faz ouvir num suave entoar que lembra o vento. No domínio da terra, água, fogo e ar, Mestre Nado é um alquimista!

“A maior parte da minha tranqüilidade provém da argila. Se você trabalha com a argila, está sempre com a mão na argila. Você ganha um tipo de energia diferente. Se você começa a mexer na argila vai ver que começa a relaxar e vai se despreocupando e relaxa. Se começar a moldar, então melhor ainda”.
“ O grande desafio sempre foi, e continuará sendo, a gente se manter firme no que sabe fazer. Faz porque gosta, e gosta porque sabe, porque tem sempre que aprender” . Mestre Nado
Saiba mais sobre o grande artista:
http://www.portorossi.art.br/mestre.html
http://somdarua.com.br/artista.php?codArtista=22
http://www.veronicammiranda.com.br/mestrena.htm
http://www.geocities.com/paris/salon/2494/rererer.htm
http://www.artenaescola.org.br/dvdteca/pdf/arq_pdf_52.pdf
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