Conjunto de esculturas, déc. 1980 - pigmento natural
"Com minha obra, exprimo a consciência revoltada do planeta."
sobre caules de palmeiras - aproximadamente 300 cm de altura
Frans Krajcberg, escultor, pintor, gravador e fotógrafo, é um dos pioneiros da arte ecológica no Brasil e um dos grandes representantes da arte contemporânea brasileira.
O artista plástico, naturalizado brasileiro, Frans Krajcberg, nasceu em Kozienice - Polônia, em 1921. Estudou Engenharia e Artes na Universidade de Leningrado. Viveu os horrores da Segunda Guerra Mundial, quando lutou no exército contra a Alemanha nazista. Perdeu toda sua família no campo de concentração. Após a guerra, mudou-se para Alemanha, ingressando na Academia de Belas-Artes de Stuttgart, onde foi aluno de Willy Baumeister.
Em 1948, imigra para o Brasil, fixando-se inicialmente em São Paulo. Em 1951, participa da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, expondo duas pinturas. Muda-se para o Paraná, onde trabalha como engenheiro de uma fábrica de papel, porém abandona o emprego e isola-se na floresta para pintar.
Em 1956, instala-se no Rio de Janeiro e divide ateliê com o escultor Franz Weissmann. A partir de 1958, alterna residência entre Paris, Ibiza e Rio de Janeiro. Em Ibiza, na Espanha, viveu sozinho numa gruta onde começou a fazer pequenos relevos com pedras.
Instala ateliê ao ar livre em Cata Branca, próximo ao Pico do Itabirito, Minas Gerais, em 1964, onde trabalha com pedras e blocos de manganês e executa suas primeiras esculturas com troncos de árvores mortas.
Realiza viagens à Amazônia e ao Pantanal Mato-Grossense, fotografando e documentando os desmatamentos, além de recolher diversos materiais para suas obras, como raízes e troncos calcinados.
Krajcberg se radicou no sul da Bahia, em 1972, onde mantém o seu ateliê no Sítio Natura, no município de Nova Viçosa.
Chegou ali a convite do amigo e arquiteto Zanine Caldas, que o ajudou a construir a habitação: uma casa, a sete metros do chão, no alto de um tronco de pequi com 2,60 metros de diâmetro.
No sítio, uma área de 1,2 km², um resquício de Mata Atlântica e de manguezal, o artista plantou mais de dez mil mudas de espécies nativas. O litoral do município é procurado, anualmente, no inverno, por baleias-jubarte.
No sítio, dois pavilhões projetados pelo arquiteto Jaime Cupertino, abrigam atualmente mais de trezentas obras do artista. Futuramente, ali se constituirá o Museu que levará o nome do artista.
Em 1978, durante viagem no Rio Negro, elabora com Pierre Restany e Seep Baendereck a teoria do Naturalismo ou Manifesto do Rio Negro.
Publica o livro A Cidade de São Luiz do Maranhão, em 1984, com fotografias de sua autoria e, em 1986, o livro Natura, também com fotografias de suas autoria. Em 1998, recebe o Prêmio Multicultural Estadão, do jornal O Estado de São Paulo. Em 2000, são lançados os livros Frans Krajcberg Revolta e Frans Krajcberg Natura, ambos pela editora GB Arte.
Nanquim sobre papel, 1983
Participa de várias edições da Bienal de São Paulo, recebendo prêmio de melhor pintor nacional em 1957; Bienal de Veneza, prêmio cidade em 1964; Modernidade - Arte Brasileira do Século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, em 1987 e no MAM-SP, em 1988. Em 1996 participa da mostra " Villette-Amazone - Manifeste pour l 'Énviron nement au 21e Siècle, no Parc de la Villette, em Paris.
Participa de várias edições da Bienal de São Paulo, recebendo prêmio de melhor pintor nacional em 1957; Bienal de Veneza, prêmio cidade em 1964; Modernidade - Arte Brasileira do Século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, em 1987 e no MAM-SP, em 1988. Em 1996 participa da mostra " Villette-Amazone - Manifeste pour l 'Énviron nement au 21e Siècle, no Parc de la Villette, em Paris.
Fotografando pelo país inteiro as arbitrariedades contra a natureza, Krajcberg colheu o material que está no volume "Revolta". Ele descobriu que "o país mais lindo do mundo" é também o mais inconsciente: - Ninguém sabe menos sobre si mesmo e o que possui do que o brasileiro.
Sua maior exposição, "A Revolta", reuniu 200 obras em Curitiba e no Rio de Janeiro, em maio de 96.
Da Bahia, suas obras seguiram para diversos países onde foram expostas em importantes salões da Europa. Paris foi a cidade que abrigou o maior número de suas exposições.
Krajcberg diz que, depois da guerra, sentia tanta repulsa pelos homens, que se isolou da vida urbana. Se engajou, então, na luta pela proteção da natureza. Transformando árvores queimadas em esculturas, Krajcberg faz de sua arte um chamariz para sua causa.
Sem título, 1997
Frans recolhe terra, pedras e galhos e os organiza em novos espaços para construir seus quadros-objetos. Ele usa os restos das queimadas para construir a sua obra, transformando a arte em um manifesto para defender o ambiente.
Frans recolhe terra, pedras e galhos e os organiza em novos espaços para construir seus quadros-objetos. Ele usa os restos das queimadas para construir a sua obra, transformando a arte em um manifesto para defender o ambiente.
A sua obra reflete a paisagem brasileira, em particular a floresta amazônica, e a sua constante preocupação com a preservação do meio-ambiente.
Frans Krajcberg, recebeu no início de março deste ano, o título de cidadão baiano, dado pelo governo do Estado. Na ocasião, ele também lançou o livro de fotografias "Queimadas". Frans Krajcberg - Cidadão Baiano.
O crítico francês Pierre Restany, com quem ele escreveu o Manifesto do Rio Negro junto com Bandereck, comentava que Krajcberg pertence a uma raça de homens raros, automarginalizados, individualistas, mas ao mesmo tempo generosos na sua solidão. A floresta brasileira foi ao mesmo tempo o meio, o teatro e o agente de uma verdadeira renovação humana – a redenção de Krajcberg pela arte.
Entre uma e outra viagem de exploração na Amazônia ou no Pantanal, Krajcberg sempre retorna a seu ateliê de Paris, onde criou nos anos 60 seus primeiros relevos com matérias orgânicas e seus murais com jogos de sombras. Nos anos 80, Paris foi para ele uma plataforma internacional para o combate batizado de eco-arte.
Entre uma e outra viagem de exploração na Amazônia ou no Pantanal, Krajcberg sempre retorna a seu ateliê de Paris, onde criou nos anos 60 seus primeiros relevos com matérias orgânicas e seus murais com jogos de sombras. Nos anos 80, Paris foi para ele uma plataforma internacional para o combate batizado de eco-arte.
Krajcberg sempre fez questão de ser "um homem revoltado" e associou os horrores do nazismo à destruição do meio ambiente, para não esquecer que o ser humano é capaz do pior.
Ele se considera brasileiro e se irrita quando a imprensa o chama de "o polaco radicado no Brasil". Krajcberg é mais do que um cidadão brasileiro, ele se tornou um ícone da consciência ecológica nacional.
"Fazia peças muito românticas e comecei a sentir que precisava encontrar um modo de exprimir minha revolta e de denunciar tudo o que estava acontecendo. Comecei, então, a fazer grandes viagens, para fotografar os abusos. Andei o país inteiro e continuo convicto de que não existe lugar com maior riqueza do que o Brasil. Foi no Paraná a primeira vez que me senti melhor. A natureza me mostrou uma vida nova e me deu uma alegria muito grande, que minimizou os traumas que eu trazia da Europa. Descobri que tudo o que o homem faz ou julga saber existe na natureza de uma maneira muito mais perfeita."
"Com minha obra, exprimo a consciência revoltada do planeta."
Frans Krajcberg
Vista de dentro do Espaço Cultural Frans Krajcberg
Jardim Botânico, Curitiba – Paraná - Brasil
Jardim Botânico, Curitiba – Paraná - Brasil
Entre as obras que compõem o acervo do espaço estão esculturas, relevos e fotografias, além de vídeos, textos e publicações que serão a base para futuras ações educativas e servirão para a formação de um centro de documentação.
Saiba mais sobre o grande artista:
Wikipédia; Pitoresco; SampaArt; Itaú Cultural;
Portal Sesc SP; Vida Simples Abril
Um comentário:
Mais que um belo artista, Franz é um exemplo de cidadão, que busco na arte a forma de alertar a população sobre a violência que temos cometidos por todos esses anos a natureza e de forma indireta a nós mesmos!!!
Postar um comentário