31 de março de 2009

Cerâmica Regional de Fábio Smith

Casal de Sertanejos


Fábio Antônio de Albuquerque Smith, nasceu no estado da Paraíba, em 1952, neto de inglês, bancário aposentado, ceramista e escultor autodidata. Com pouco mais de sete anos de carreira, é um artista muito respeitado pelos seus trabalhos, sobretudo os que retratam o nordestino em situações do seu dia-a-dia.


Dança Coco-de-Roda

Menção honrosa no Salão Nacional de Cerâmica Popular,
realizado em Curitiba-PR, em 2006


O estilo de suas peças está entre o popular e o contemporâneo, sempre respaldados em pesquisa dos tipos populares (cenas, usos e costumes) e danças folclóricas, como coco-de-roda, boi-de-reis, casal sertanejo, bumba-meu-boi, xaxado, baião, ciranda, etc., ou literária, cenas com personagens de escritores, genuinamente brasileiros, como Graciliano Ramos, Manoel Bandeira, Monteiro Lobato e outros.


O Pescador


Na modelagem o artista utiliza a técnica de placas, com excelente barro de Cupiçura, distrito de Alhandra, litoral sul do paraibano, onde se encontra, terracota e barro branco, de excelente qualidade, massa que não necessita de nenhum aditivo, demandando somente a retirada de impurezas.

Com relação à decoração, desenvolveu uma técnica para as cores que utiliza engobe, tanto no processo de queima, quanto a frio, com variadas argilas coloridas abundantes no litoral do estado.


O Poeta da Feira

Menção honrosa no Salão de Cerâmica de Curitiba,
na categoria Cerâmica Popular, em 2008


Ele também dirige um ateliê coletivo, para jovens e idosos da comunidade da Praia do Poço, em Cabedelo-PB, sendo membro da Associação dos Artistas da Paraíba – Associarte.

Fábio Smith possui peças no acervo de colecionadores particulares, no Brasil e no Exterior, na Casa do Artista Popular em João Pessoa-PB, e no Museu de Arte Popular no Rio de Janeiro-RJ.


O Beijo da Sebastiana


Fábio Smith, que já recebeu várias menções honrosas em Salões de Cerâmica de nível nacional, é um escultor e ceramista de muitas facetas, pois apesar da sua preferência pelos personagens nordestinos, também cria outras peças decorativas, para colecionadores e apreciadores da arte popular brasileira.



Prato decorativo




Prato inspirado nas antigas civilizações



Saiba mais no site do grande artista brasileiro

www.fabiosmith.com


Outras fontes:

Ceramicanorio

Vila do Artesão


28 de março de 2009

Cerâmica Artística de Selma Calheira

FRUTAS EM CERÂMICA - CORES DA TERRA




LEGUMES EM CERÂMICA - CORES DA TERRA




FlORES EM CERÂMICA - CORES DA TERRA


FLORES EM CERÂMICA - CORES DA TERRA


FLORES EM CERÂMICA - CORES DA TERRA


FLORES EM CERÂMICA E VASOS COM FERRO
CORES DA TERRA




Selma Abdon Calheira e Franz Ezehak, artistas plásticos e diretores da empresa Cores da Terra, depois de muitos anos de estudo e pesquisa, viram na arte da cerâmica e ferro a oportunidade de unir seus sonhos de artistas plásticos e a possibilidade de usar a arte como trabalho e fonte de sustento. Em Ibirataia, Sul da Bahia, eles puderam concretizar seus sonhos.

Os artesãos, residentes em Ibirataia e cidades vizinhas, trabalhavam em sua maioria no cultivo do cacau e hoje são treinados pela própria empresa, que se encarrega de transformá-los em profissionais capazes de produzir objetos de excelente qualidade e perfeição, oferecendo uma perspectiva de vida diferente para essa população, investindo em treinamento e capacitação profissional.

A produção, inspirada na natureza, é estritamente manual, havendo apenas utilização de algumas máquinas, como a maromba, que mistura a argila; e os fornos, que são responsáveis pela queima da cerâmica.

É na argila que se encontra a variedade de cores dos trabalhos da empresa. Em terras ricas em óxido de ferro, pode-se encontrar tons ocres, verdes, roxos ou vermelhos e através das etapas da decantação surgem esses tons que, associados a pigmentos industrializados, dão o resultado final do trabalho.

As técnicas utilizadas na criação, modelagem e queima tem sua origem em resgates culturais, como o da cultura indígena, e a valorização da natureza nativa, o que vem gerando resultados belíssimos.



Frutas, flores, legumes, animais, castiçais, vasos, compõem parte da vasta linha de produtos da empresa. Diferentes cores e tamanhos geram uma diversidade de opções que agradam aos mais diferentes gostos. A cada ano, novos produtos tomam forma e cor, ampliando constantemente a linha de produção da empresa.

A produção em série da Cores da Terra não impede que cada produto seja único. Valorizados pela qualidade individual de cada colaborador, os objetos possuem uma riqueza de detalhes que impressiona o mais experiente artista.

Os objetos em cerâmica criados por Selma Calheira juntamente com os produtos em ferro produzidos por Franz Rzehak formam uma combinação harmônica e mágica que enchem os olhos dos apreciadores da mais pura arte.


BAIANAS EM CERÂMICA E FERRO - CORES DA TERRA



Fruto de muito estudo, pesquisa e know-how adquirido e constantemente reciclado no Brasil e no exterior, o trabalho dos artesãos é reconhecido internacionalmente e seus produtos são exportados para os Estados Unidos, Canadá, França, Inglaterra, Japão e Portugal.

O valor pela arte e pela vida pode ser percebido tanto nas peças produzidas, como nos princípios da Cores da Terra, que vem trazendo esperança e oportunidade à população da região de Ibirataia e municípios vizinhos, que, através da sua produção, está conseguindo emprego e boas perspectivas de futuro.

Hoje, a Cores da Terra tem a missão de produzir objetos de decoração com tal perfeição que a arte e realidade se misturam. Qualidades nobres fazem parte dessa empresa que se preocupa em valorizar e estimular o artesanato local, e busca, através de seu trabalho, promover a arte no Brasil e no exterior.





" Arte e realidade que se misturam,

através da perfeição"



Veja e saiba mais no site:

www.coresdaterra.com.br




Outras fontes:

Worldwide

Colors of the Earth

Revista do Tatuapé

Two Moons Gallery & Gifts

Associação Brasileira de Cerâmica - ABCERAM

25 de março de 2009

Bonecas em Cerâmica - Cecília Menezes

Bonecas em cerâmica de Cecília Menezes



Cecília Menezes – é pintora e escultora, nascida em Jequié, na Bahia, em 1950. Cursou cerâmica com Udo Knoff, Lícia Bastos e Solange Gusmão e arte com Alejandro Kantemiroff. Fez amadurecimento artístico com Pama Loiola e curso profissionalizante com Viga Gordilho.

Desde cedo, carregava dentro de si a vontade de se dedicar à arte, porém somente aos 40 anos ela decidiu realizar o seu sonho, começando como hobby.

Hoje, o trabalho dela já representa o Brasil em um dos mais importantes museus do mundo, o Museu Guggenhein, em Nova York.

Inicialmente, sua produção era voltada para figuras de santos, luminárias e demais objetos decorativos, mas foi com as bonecas moldadas em cerâmica que ela se destacou.

Suas bonecas retratam personagens como africanas, baianas, mulatas, lavadeiras, madames, camponesas, noivas, vestidas de chita, retratos.

A artista plástica consegue retratar através de suas esculturas, a textura de cada tecido e detalhe ao qual faz referência, como a própria chita, a renda, o bordado e o crochê entre outras aplicações típicas das roupas femininas. Os recortes e as cores (em tons pastel e de terra) do vestuário impressionam. Nenhuma peça é igual à outra.

As bonecas de Cecília, já são exportadas para os Estados Unidos, Europa e Japão. Sem dúvida, um trabalho em cerâmica encantador, pela graciosidade das suas formas e pela precisão dos detalhes.



“A vontade de criar era tão ardente em mim

que me apaixonei pela cerâmica e não parei mais”


Cecília Menezes




Um pouco do seu trabalho com bonecas...





Outros trabalhos em cerâmica...


Saiba mais sobre a vida e obras da grande
artista brasileira, através do seu site:

www.ceciliamenezes.com.br

21 de março de 2009

Cerâmica Maiólica ou Majólica

Cerâmica de Connie Kiener (prato grande)

Big Fruit, 2006 - Maiólica



Cerâmica de Connie Kiener (escultura)
In the Chair, 2007 - Maiólica



Cerâmica de Connie Kiener - (escultura figurativa)
Isabella and the Endless War, 2007 - Maiólica



A técnica "maiólica" é um processo de decoração usado em cerâmicas de baixa temperatura, onde óxidos corantes e pigmentos são aplicados sobre a superfície da peça de biscoito já coberta com esmalte, mas ainda não queimada. Durante a queima, a cor se funde no esmalte.

___________________________________________________________


Esse processo tem a sua origem no Iraque, no século IX, surgindo como uma tentativa de imitar a branquíssima e muito valorizada porcelana chinesa. Como não dispunham nem de matéria-prima nem de tecnologia para produzir porcelana, os artesãos opacificaram com estanho um esmalte alcalino espesso que já utilizavam e que cobria completamente uma argila de baixa temperatura e cor amarelada. Na tentativa de melhor competir com as peças importadas, usavam também muitas vezes um engobe branco sob o esmalte.

A imitação das cerâmicas chinesas, no entanto, foi gradualmente substituída pela criatividade típica dos povos islâmicos, que decoravam toda a superfície branca e lisa das peças, criando uma linguagem totalmente diferente. Baseavam-se em desenhos florais estilizados, inscrições e padrões geométricos. O principal óxido usado para a decoração era o cobalto que, por sua vez, passou a ser usado pelos próprios chineses e, mais tarde, pelo Ocidente.

Com a conquista da Andaluzia (sul da Espanha) pelos árabes, a fusão das culturas ocidental e oriental trouxe enorme vitalidade e brilho à arte da cerâmica, transformando-a em modelo para toda a Europa. A Era de Ouro da cerâmica espanhola começou em meados do século XIII, em Málaga, provavelmente com artesãos procedentes do Egito. A princípio, a decoração era tipicamente islâmica, mas gradualmente foram aparecendo imagens cristãs européias.

Na Itália, ponto de partida para o desenvolvimento das artes decorativas na Europa, a cerâmica importada da Espanha era altamente valorizada e tornou-se conhecida como maiólica, provavelmente uma corruptela de Mallorca, nome de uma ilha pertencente à Espanha, que era um importante centro comercial. Na Itália renascentista, o gosto pela cerâmica espanhola, ainda com forte influência islâmica, foi declinando.

Passaram a ser apreciados os motivos mais adequados aos ideais humanistas em voga na época. Começaram a surgir os retratos, brasões de família, cenas religiosas. O enorme potencial de uso das cores sobre os esmaltes de estanho elevou a cerâmica produzida nessa altura ao nível das chamadas artes maiores.

Em fins do século XVI, o termo faiança (faience) passou a ser usado na França, para designar a cerâmica de baixa temperatura com esmalte de estanho. Diretamente influenciada pelo estilo mais simples, que se usava desde 1550 em Faenza, na Itália, essa cerâmica destinava-se ao uso diário, sendo bastante popular e comercializada a preços acessíveis.

A técnica usada na maiólica é ainda conhecida como Delftware, por ser típica da cidade de Delf, na Holanda, e English Delftware, na Inglaterra.


Fonte: Coleção Oficinas:Cerâmica – Ed. Senac Nacional

Veja mais cerâmicas de Connie Kiener

accessCeramics

Laura Russo Gallery

18 de março de 2009

Um pouco sobre a argila...



A matéria prima da cerâmica é a argila (clay) , ou melhor, argilas, pois há vários tipos delas.

A argila é o resultado da decomposição de granito e rochas ígneas que existem na crosta da terra. Existem basicamente dois tipos de argila: primárias e secundárias.

Primárias - também chamadas residuais, encontradas no próprio local onde se formam, que são mais puras, mais brancas e menos plásticas.

Secundárias - transportadas pela ação glacial, pelas águas ou pelo vento, que se depositam em fundos de lagos, praias, mares, ou ainda formando desertos. Devido à gradual redução do tamanho de suas partículas, tornam-se mais plásticas e, por conta da grande quantidade de impurezas que as que elas se agregam, são mais escuras, têm ponto de fusão mais baixo e um maior coeficiente de retração, isto é, encolhem mais que as argilas primárias.


PRINCIPAIS TIPOS DE ARGILA

Caulim (china clay) – a mais pura forma de argila. É primária, de granulação relativamente grossa, com muito pouca plasticidade. Se retrai muito pouco durante a queima. Pelo seu teor de alumina, é usada em esmaltes como aglutinante e constitui a principal fonte de branco dos corpos de argila, especialmente a porcelana e a argila de ossos.

Argila de bola (ball clay) – argila secundária, que foi transportada pela água ou sob a água. Com partículas muito finas, funde-se e tem alto grau de retração, proporcionando grande plasticidade e resistência. Também fornece alumina para os esmaltes, escurecendo-os, por conter um alto teor de ferro e materiais carbonáceos. Matura a 1300 °C.

Bentonita – argila com capacidade de absorver grande quantidade de água, até 20 vezes o seu próprio volume. Por isso, é um importante material plastificante das argilas e um agente de suspensão nos esmaltes.

Argila refratária – argilas que foram transportadas pelo vento e pela erosão, carregando consigo óxidos metálicos e sílica. Têm grãos grossos e são resistentes, relativamente puras e isentas de ferro. Normalmente encontram-se em montanhas ou desertos. Por serem refratárias, costuma-se usá-las na construção de fornos, lareiras e manilhas, além de entrarem na formulação de corpos de argila para alta temperatura. Misturadas com argila terracota, servem para esculturas de grandes dimensões, em que os materiais de baixa temperatura se fundem e se ligam às partículas refratárias.

Terracota – literalmente quer dizer argila cozida. O termo é mais comumente usado para indicar cerâmica vermelha de baixa temperatura, não esmaltada, modelada ou usada em arquitetura. Esse tipo de argila é encontrado em grandes depósitos no mundo todo e é comumente usada para confecção de tijolos, telhas, vasos de plantas e objetos utilitários. Para alguma dessas finalidades, a argila pode ser usada da maneira como é encontrada, mas para outras tem que ser preparada com a adição de outros materiais. É uma das argilas mais baratas e, por ser muito plástica, é ótima para o torno e ideal para principiantes. Não é recomendada contudo para esmaltação, pois interfere na cor do esmalte. Aconselha-se tirar proveito de sua cor vermelha ou usar um esmalte bem opaco.




CORPOS DE ARGILA

Poucas argilas naturais são usadas sozinhas. Dependendo das quantidades que se deseja de uma massa cerâmica – mais plasticidade, resistência, textura, maior ou menos ponto de fusão, cor mais clara ou mais escura -, acrescentam-se outras argilas ou materiais cerâmicos. A essa mistura se dá o nome de corpo de argila (clay body).

A base para a maioria das massas é a ball clay (argila de bola) , à qual são adicionados minerais cerâmicos (como feldspato, alumina e sílica) ou materiais não plásticos (como caulim e carbonato de cálcio). Embora se possa preparar as argilas que se deseja, nos grandes centros urbanos pode-se encontrar as misturas prontas em alguns fornecedores.



CORPOS DE ARGILA MAIS UTILIZADOS

Argila de baixa temperatura (earthenware) – é a mais comum e abundante das argilas. Muitas vezes usada em seu estado natural, pode ter as cores vermelha, marrom, cinza ou azul, em função da quantidade de ferro e materiais decompostos que contiver. Como tende a ser demasiadamente plástica, pode ser misturada a outros materiais para melhorar seu desempenho. Naturalmente macia e porosa, depois de queimada quebra facilmente e não retém líquidos, além de ser leve e não resistir a ácidos. Temperatura de queima: entre 1000 e 1200 °C.

Cerâmica pedra (stoneware ou grés) em sua composição é semelhante às rochas, daí o seu nome. A principal diferença entre essa argila e as rochas, é que, enquanto estas se formam naturalmente, a cerâmica pedra é composta de uma seleção de minerais e uma parte de argila plástica. Difere da argila de baixa temperatura (earthenware) em diversos aspectos: é refratária, mais densa, tem baixo teor de óxido de ferro – o que a deixa mais clara – e temperatura de queima mais alta, tornando-se impermeável. O corpo de argila stoneware pode ser mais ou menos granuloso, mas a aparência final da peça depende da temperatura da queima – quanto mais alta, mais fechada e lisa ficará. Utensílios domésticos feitos com stoneware são mais pesados que os produzidos com earthenware. Temperatura de queima: 1200 e 1280°C.

Porcelana - argila branca de alta temperatura, de textura muito fina e dura depois de queimada. Pode ser translúcida ou opaca, dependendo da composição e da densidade de sua massa, constituída de caulim, feldspato, quartzo e ball clay. Pouco plástica, a porcelana é difícil de ser torneada ou manuseada. Não é, portanto, comumente usada para utilitários. Sua temperatura de queima de biscoito (a primeira queima, que cozinha o barro deixando-o resistente) deve ser de pelo menos 1000°C para que a peça fique resistente. A queima de esmalte é feita entre 1280°C e 1300°C.

De um modo geral, as matérias primas usadas em corpos de argila, esmaltes e pigmentos para argilas chegam aos ceramistas na forma de um pó, finamente moído. Alguns podem ser identificados por suas cores e todos se originam de rochas ou de depósitos no solo. Existem, entretanto, várias e diferentes maneiras de extraí-los.


Fonte: Coleção Oficinas: Cerâmica - Ed. Senac Nacional.

13 de março de 2009

Cerâmica Marajoara

Foto: Galeria de Claudiosmo (Flickr)



A cerâmica indígena brasileira é considerada uma das mais antigas das Américas, tendo sido encontrado objetos produzido há cerca de 5000 anos. Os índios, especialmente os que viviam às margens dos rios Amazonas, São Francisco e Negro, utilizavam muito o barro. O trabalho mais conhecido talvez seja o da Ilha de Marajó, a maior ilha fluviomarinha do mundo, localizada na foz do Rio Amazonas, no Estado do Pará, ao norte do Brasil.

A Cerâmica Marajoara, tida como a mais antiga arte cerâmica do Brasil e uma das mais antigas das Américas, foi desenvolvida entre os anos 400 e 1350 de nossa era, período caracterizado pela ampla e sofisticada quantidade de objetos rituais, utilitários e decorativos produzida por antigos ocupantes da Ilha de Marajó.

Na época, os índios confeccionavam vasilhas, potes, tigelas, garrafas, torradores, inaladores, pratos, estatuetas, urnas funerárias, apitos, chocalhos, bonecas de criança, cachimbos, porta-veneno para as flechas, tangas (ou tapa-sexo), pingentes, adornos labiais, tortuais de fuso, bancos, etc.

Para aumentar a resistência do barro eram agregadas outras substâncias-minerais ou vegetais: cinzas de cascas de árvores e de ossos, pó de pedra e concha e o cauixi, uma esponja silicosa que recobre a raiz de árvores, permanentemente submersas.



As peças eram acromáticas (sem uso de cor na decoração, só a tonalidade do barro queimado) e cromáticas. A coloração era obtida com o uso de engobes (barro em estado líquido) e com pigmentos de origem vegetal. Para o tom vermelho usavam o urucum, para o branco o caulim, para o preto o jenipapo, além do carvão e da fuligem; e os objetos eram zoomorfizados (representação de animais) ou antropomorfizados (forma semelhante ao homem ou parte dele), mas também poderiam misturar as duas formas zooantropomorfos.

A Cerâmica Marajoara é bastante resistente e apresenta padrões decorativos com traços gráficos simétricos e harmoniosos, em baixo e alto relevo, entalhes, aplicações e outras técnicas. Conhece-se cerca de 15 diferentes técnicas de acabamento, que combinam de maneira variada o engobe branco e vermelho, incisões, excisões (relevos) e pintura. Dentro do estilo Marajoara, existem sub-estilos que se distribuem por diferentes regiões da ilha.



Foto: Galeria de Claudiosmo (Flickr)



Após a queima, em forno de buraco ou em fogueira a céu aberto, a peça recebia uma espécie de verniz obtido do breu do jutaí, material que propiciava um acabamento lustroso.

Alguns arqueólogos encontraram objetos de cerâmica em bom estado de conservação, realizados com destreza, tendo em conta as formas esguias e curvilíneas perfeitamente moldadas, e delicadamente decorados e pintados.

A fase marajoara termina em torno de 1350, abandonada ou absorvida pelos novos migrantes, os aruãs, presentes na ilha na chegada dos europeus.

A cerâmica marajoara pode ser conhecida por meio das grandes coleções do Museu Emílio Goeldi, em Belém; Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro; Museu de Arqueologia e Etonologia da Universidade de São Paulo - MAE/USP, em São Paulo; e o Museu Universitário Professor Oswaldo Rodrigues Cabral. Além de museus fora do Brasil, como o American Museum of Natural History, em Nova York, e o Barbier - Mueller, em Genebra.



Foto: Galeria de Adilson Karafá (Flickr)



Entre os mais significativos espólios de cerâmica da região, o Museu do Marajó, criado em 1972, por Giovanni Gallo, (um dos maiores responsáveis pela memória e resgate da civilização indígena na ilha), tem como objetivo promover e dar a conhecer ao público a cultura e a arte de uma civilização já remota, reunindo objetos da cultura da região – usos e costumes.

Os traços simétricos e cores da decoração marajoara podem ser encontrados até hoje no artesanato local de Belém e da Ilha de Marajó. Diversos artesãos, sobretudo no distrito de Icoaraci, Belém, (um pólo de produção artesanal de cerâmica no Estado do Pará), dedicam-se à preservação e renovação da cultura marajoara. A maioria dos ceramistas são descendentes de índios (caboclos) e mantêm uma tradição de produção cerâmica que vem sendo passada de geração em geração.

Mestre Cardoso iniciou a produção de réplicas da cerâmica arqueológica, em Icoaraci, e incentivou outros artesãos a fazerem o mesmo. Através dos anos, esta prática tem ajudado a divulgar a cultura indígena e estimular o turismo na região.



Clique aqui e assista ao video sobre a arte da Cerâmica Marajoara.


Leia mais... Itau Cultural; Marajoara.com; Ceramicanorio; Wikipédia; Icoaraci; Terra Brasileira

10 de março de 2009

Esferas em Cerâmica de Tania Araujo

Criação da designer Tania Araujo - esfera em cerâmica, retratando

um paisagem da Avenida Paulista, em São Paulo, dando enfoque ao
Museu de Arte de São Paulo (MASP)



Tania Araujo - artista plástica formada pela FAAP e Escola Panamericana de Arte. Possue especialização em cerâmica, tendo como principal característica trabalhos feitos à mão, tornando cada peça única e exclusiva.


A superfície escolhida pela artista para desenvolver suas pinturas é a cerâmica, especialmente as redondas, que são usadas como luminárias ou apenas como elemento decorativo. Essas bolas são executadas em diversos tamanhos, e nelas são aplicados “desenhos temáticos”, como cidades, folhagens ou animais.


"Faço esse trabalho há 25 anos. Gosto de cores vibrantes e dos traços marcantes nas minhas pinturas." Tania Araujo



Esfera Rio


Esferas Flores


Esferas Rendadas



Fontes: Viver Bem - Arte de Barro - Ed. 169; Casa.com.br; Craft Design; Dot Objetos e Arte (Gallery)

5 de março de 2009

Cerâmicas criativas de Lilach Lotan


Ceramic teapot (bule em cerâmica) - criação de Lilach Lotan,
designer canadense da British Columbia, famosa por
suas peças diferenciadas em cerâmica.



"My designs go beyond creating solutions for specific problems of function and aesthetics. I strive to create an environment, a mood, to evoke emotions."


“ Os meus desenhos ultrapassam a criação de soluções de problemas específicos de função e estética. Esforço-me por criar um ambiente, um humor, evocar emoções”.

Lilach Lotan


No coração de cada um dos desenhos da Lilach reside uma idéia, veiculada pelos forma, forma e contorno. A pureza da porcelana, reforçada por um esmalte semi-fosco branco ou preto-carvão, elimina a distração das cores. A única sombra que ela considera são aqueles que são produzidos pelo próprio objeto: acromática tonalidades de luz, e sua ausência. O contorno revela-se pela presença e ausência de material, ambas igualmente importantes.

Vide site da artista: http://ceramic-art.ca


Mais algumas das criações inusitadas

da designer Lilach Lotan
























































































Veja mais detalhes: artful home; Petrofgallery; Vandop Gallery