21 de março de 2009

Cerâmica Maiólica ou Majólica

Cerâmica de Connie Kiener (prato grande)

Big Fruit, 2006 - Maiólica



Cerâmica de Connie Kiener (escultura)
In the Chair, 2007 - Maiólica



Cerâmica de Connie Kiener - (escultura figurativa)
Isabella and the Endless War, 2007 - Maiólica



A técnica "maiólica" é um processo de decoração usado em cerâmicas de baixa temperatura, onde óxidos corantes e pigmentos são aplicados sobre a superfície da peça de biscoito já coberta com esmalte, mas ainda não queimada. Durante a queima, a cor se funde no esmalte.

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Esse processo tem a sua origem no Iraque, no século IX, surgindo como uma tentativa de imitar a branquíssima e muito valorizada porcelana chinesa. Como não dispunham nem de matéria-prima nem de tecnologia para produzir porcelana, os artesãos opacificaram com estanho um esmalte alcalino espesso que já utilizavam e que cobria completamente uma argila de baixa temperatura e cor amarelada. Na tentativa de melhor competir com as peças importadas, usavam também muitas vezes um engobe branco sob o esmalte.

A imitação das cerâmicas chinesas, no entanto, foi gradualmente substituída pela criatividade típica dos povos islâmicos, que decoravam toda a superfície branca e lisa das peças, criando uma linguagem totalmente diferente. Baseavam-se em desenhos florais estilizados, inscrições e padrões geométricos. O principal óxido usado para a decoração era o cobalto que, por sua vez, passou a ser usado pelos próprios chineses e, mais tarde, pelo Ocidente.

Com a conquista da Andaluzia (sul da Espanha) pelos árabes, a fusão das culturas ocidental e oriental trouxe enorme vitalidade e brilho à arte da cerâmica, transformando-a em modelo para toda a Europa. A Era de Ouro da cerâmica espanhola começou em meados do século XIII, em Málaga, provavelmente com artesãos procedentes do Egito. A princípio, a decoração era tipicamente islâmica, mas gradualmente foram aparecendo imagens cristãs européias.

Na Itália, ponto de partida para o desenvolvimento das artes decorativas na Europa, a cerâmica importada da Espanha era altamente valorizada e tornou-se conhecida como maiólica, provavelmente uma corruptela de Mallorca, nome de uma ilha pertencente à Espanha, que era um importante centro comercial. Na Itália renascentista, o gosto pela cerâmica espanhola, ainda com forte influência islâmica, foi declinando.

Passaram a ser apreciados os motivos mais adequados aos ideais humanistas em voga na época. Começaram a surgir os retratos, brasões de família, cenas religiosas. O enorme potencial de uso das cores sobre os esmaltes de estanho elevou a cerâmica produzida nessa altura ao nível das chamadas artes maiores.

Em fins do século XVI, o termo faiança (faience) passou a ser usado na França, para designar a cerâmica de baixa temperatura com esmalte de estanho. Diretamente influenciada pelo estilo mais simples, que se usava desde 1550 em Faenza, na Itália, essa cerâmica destinava-se ao uso diário, sendo bastante popular e comercializada a preços acessíveis.

A técnica usada na maiólica é ainda conhecida como Delftware, por ser típica da cidade de Delf, na Holanda, e English Delftware, na Inglaterra.


Fonte: Coleção Oficinas:Cerâmica – Ed. Senac Nacional

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Um comentário:

Anônimo disse...

Bora fazer a pesquisa artistas!!!!Quem disse??? rsrsrs