Família de Retirantes
Vitalino Pereira dos Santos, nasceu no dia 10 de julho de 1909, no Sítio Campos, distrito de Caruaru-Pernambuco, foi um dos notáveis artistas da cerâmica figurativa popular do Brasil. Ele consagrou-se com sua arte de fazer bonecos. Já aos seis anos de idade, como sua mãe fazia utensílios domésticos em barro, Vitalino ia modelando formas de pequenos animais, como boizinhos, jegues, bonecos, pratinhos com as sobras do barro que sua mãe lhe dava, para que não atrapalhasse e ao mesmo tempo se divertisse.
Homem e Jegue
O pai de Vitalino, humilde lavrador, preparava o forno para queimar peças de cerâmica que sua mãe fazia, para melhorar o orçamento familiar. Sua mãe artesã, preparava o barro que ia buscar nas margens do rio Ipojuca. Depois, sem usar o torno, ia fazendo peças de cerâmica utilitária, que vendia na feira.
O pai de Vitalino, humilde lavrador, preparava o forno para queimar peças de cerâmica que sua mãe fazia, para melhorar o orçamento familiar. Sua mãe artesã, preparava o barro que ia buscar nas margens do rio Ipojuca. Depois, sem usar o torno, ia fazendo peças de cerâmica utilitária, que vendia na feira.
Quando sua mãe colocava as peças utilitárias para "queimar" no forno, ele colocava no meio as suas figurinhas, suas miniaturas. Os seus pais iam à feira semanal, o pai carregava os frutos do trabalho agrícola, a mãe carregava o jegue (burrico) com os caçuás, para levar a terra trabalhada - a cerâmica utilitária. O menino Vitalino levava o produto de sua "reinação", da sua brincadeira e vendia.
Cangaceiro
Por volta de 1930, com 20 anos de idade, Vitalino fez os seus primeiros grupos humanos, com soldados e cangaceiros, representando o mundo em que vivia.
O material que ele usava para a suas peças era o massapê, que retirava da vazante do rio Ipojuca e transportava em balaios para casa. O barro era molhado e deixado em depósito por dois dias para ser curtido, sendo então amassado e modelado. As peças eram cozidas em forno circular, construído ao ar livre, atrás da casa.
Soldado com bêbado
Soldado com bêbado
No início, a aplicação da cor nos bonecos era feita com barro de diferente tons: tauá, vermelho, branco. Depois Vitalino passou a usar produtos industriais na pintura dos seus bonecos.
Sua capacidade criadora se desenvolveu de tal maneira que acabou se tornando o maior ceramista popular do Brasil. Fazia peças de "novidade" - retirantes, casa da farinha, terno de zabumba, batizado, casamento, vaquejada, pastoril, padre, Lampião, Maria Bonita, representando seu povo, o seu trabalho, as suas tristezas, as suas alegrias. Retratava em suas peças o seu mundo rural.
Em 1948, ele deixa o sítio e se muda, com a família, para o Alto do Moura, que um dia seria conhecido como “Centro de Artes Figurativas das Américas” e começou a ter seu trabalho reconhecido em todo o país, sendo levado para exposições e premiações em outras regiões do Brasil e do exterior.
Como tantos outros artistas o mestre do barro nunca esteve na escola e nem aprendeu a ler. Somente depois que as pequenas esculturas de barro deixaram de ser vendidas nas feiras como brinquedo, sendo então reconhecidas como obras de arte, Vitalino passou a gravar seu nome nas peças.
Violeiros
Na veia artística havia espaço ainda para a música. Vitalino tocou pífano em várias bandas, onde executava arranjos criativos e inesperados. Dono de um grande talento musical, aprendeu a tocar pífano (espécie de flauta sem claves e com 7 furos) e com apenas 15 anos montou sua própria banda, a Zabumba Vitalino.
Até hoje, as peças do mestre estão no Museu do Louvre, em Paris, na França. Entre as obras mais famosas estão o “Caçador de Gato Maracajá” (sua primeira peça) e o “Boi de Vitalino”. Vitalino morreu aos 54 anos de idade, em 20 de janeiro de 1963, reconhecido por Mestre Vitalino, depois de abrir um percurso artístico trilhado por centenas de seguidores ao longo dos tempos. Sua obra tornou-se uma significativa mensagem de brasilidade, que tem alcançado os mais distantes centros culturais do mundo. As figuras de Vitalino são peças de museus e coleções particulares, de estudiosos do folclore, de todos que amam a arte popular.
Na veia artística havia espaço ainda para a música. Vitalino tocou pífano em várias bandas, onde executava arranjos criativos e inesperados. Dono de um grande talento musical, aprendeu a tocar pífano (espécie de flauta sem claves e com 7 furos) e com apenas 15 anos montou sua própria banda, a Zabumba Vitalino.
Até hoje, as peças do mestre estão no Museu do Louvre, em Paris, na França. Entre as obras mais famosas estão o “Caçador de Gato Maracajá” (sua primeira peça) e o “Boi de Vitalino”. Vitalino morreu aos 54 anos de idade, em 20 de janeiro de 1963, reconhecido por Mestre Vitalino, depois de abrir um percurso artístico trilhado por centenas de seguidores ao longo dos tempos. Sua obra tornou-se uma significativa mensagem de brasilidade, que tem alcançado os mais distantes centros culturais do mundo. As figuras de Vitalino são peças de museus e coleções particulares, de estudiosos do folclore, de todos que amam a arte popular.
Vitalino deixou escola e seguidores. Seus filhos, Severino e Amaro, continuam a sua obra, recriando no barro os personagens do mundo nordestino.
O Caçador de Maracajás - Réplica
Boi
Cerâmica e bonecos de barro
A cerâmica é uma das formas de arte popular e de artesanato mais desenvolvidas no Brasil. Dividida entre cerâmica utilitária e figurativa, essa arte feita pelos índios misturou-se depois à tradição barrista européia, e aos padrões africanos, e desenvolveu-se em regiões propícias à extração de sua matéria prima - o barro.
Nas feiras e mercados do Nordeste, podem-se ver os bonecos de barro que reconstituem figuras típicas da região: cangaceiros, retirantes, vendedores, músicos e rendeiras. Os mais famosos são os do pernambucano, Mestre Vitalino, que deixou dezenas de descendentes e discípulos.
A cerâmica figurativa destaca-se também nos estados do Pará, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina. Nos demais estados, a cerâmica é mais do tipo utilitária (potes, panelas, vasos etc).
Casa-Museu Mestre Vitalino
Localizada à Rua Mestre Vitalino, serviu de residência do grande ceramista e família. Foi transformada em museu em 1971. O acervo é constituído pela própria edificação, em tijolos crus, que data de 1959, de objetos de uso pessoal e familiar, onde retrata a vida simples do grande mestre. Caruaru -PE (Bairro: Centro)
Leia mais sobre o artista:
Leia mais sobre o artista:
Itau Cultural
http://educacao.uol.com.br/folclore/ult1687u7.jhtm
http://www.ceramicanorio.com/artepopular/caruaru/caruaru.htm
http://www.nordesteweb.com/not07_0907/ne_not_20070711a.htm
http://www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/2artes/nd-vital.html
http://educacao.uol.com.br/folclore/ult1687u7.jhtm
http://www.ceramicanorio.com/artepopular/caruaru/caruaru.htm
http://www.nordesteweb.com/not07_0907/ne_not_20070711a.htm
http://www.terrabrasileira.net/folclore/regioes/2artes/nd-vital.html
4 comentários:
Ivete Galiazi,
Meu nome é Diogenes Barbosa, sou estudante de jornalismo de uma faculdade aqui de Caruaru, e por um acaso encontrei essa sua matéria que trata justamente da vida e da obra de um conterrâneo meu.
Não poderia deixar de comentar o contexto descrito neste texto, até porque foi muito bem elaborado. Parabéns pelo trabalho. Admiro muito as obras do Mestre Vitalino, pela simplicidade como foram feitas, e com a riqueza de detalhes que as tornam tão complexas.
Contatos: diogenesjornalista@hotmail.com
Olá Ivete,
Sou arquiteto da prefeitura de caruaru e estamos trabalhando no Alto do Moura para a comemoração dos 100 anos de Vitalino, agora no dia 10/07. Escrevo para pedir sua autorização para utilizar o texto acima como parte integrante de um banner que estamos produzindo. Está muito claro e completo, com um poder de síntese e agradável de ler. Em troca envio pra vc as fotos da comemoração do centenário. O alto do moura está m festa. Saudações caruaruenses!
olá Ivete, meu nome é Letícia Finizola, e por um acaso achei seu blog, estou comentando pra dizer q a foto do boi de vitalino que você usou, foi uma réplica gigante que meu irmão fez sob encomenda da prefeitura de Caruaru. Meu irmão Ubiratã Lambert, é escultor, usa a matéria prima isopor, e esse ano esculpiu mais algumas réplicas dos bonecos do mestre Vitalino, para a comemoração do seu centenário, se quiser ver mais do trabalho dele procura Ubiratã Lambert no orkut, ele é único.
E parabéns pelo artigo, está completo e bem claro.
abraço!
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