17 de outubro de 2010

VIDA & ARTE

O Pensador, de Rodin


Numa pequena aldeia vivia um homem que tinha como profissão ser um Oleiro. Era uma pessoa simples e que adorava a vida e o que fazia. Mas era o único naquele local a trabalhar o barro e ninguém queria seguir aquela profissão. Mas este homem era procurado pelos seus conselhos e admirado por todos. Quem tivesse um problema, ia imediatamente ter com ele para procurar ajuda.

Nesta aldeia vivia também um jovem. Ele não gostava da sua vida, sentia um vazio enorme, queria mudar algo em si, mas não sabia o quê ou como. Então, procurou o mestre oleiro, expôs-lhe o seu problema e pediu ajuda.

O mestre respondeu que lhe ajudaria desde que ele o ajudasse na sua profissão e a aprendesse. O jovem não ficou muito contente com a idéia, mas aceitou-a e todos os dias ia ter com o mestre para aprender a sua arte.

No primeiro dia o mestre mostrou-lhe um pedaço de barro e perguntou-lhe o que via. O jovem respondeu que via apenas um pedaço de barro sem forma. O mestre pediu-lhe para ver mais além, para ver para além do óbvio. E depois disse-lhe que voltasse no dia seguinte.

No segundo dia o mestre mostrou ao discípulo o mesmo pedaço de barro, mas já com alguma forma, ainda não muito definida. E novamente fez a mesma pergunta. O jovem respondeu novamente que apenas via um pedaço de barro. O mestre afirmou que nós vemos o que queremos. Que ele tivesse fé e visse mais além e que voltasse no dia seguinte.

No terceiro dia o jovem voltou a ir ter com o mestre. Este mostrou outra vez o mesmo pedaço de barro, mas desta vez era uma escultura de um homem, lindíssima e cheia de pormenores. Perguntou outra vez ao discípulo o que via. Este respondeu que via um homem, que via uma verdadeira obra de arte linda!

O mestre riu e disse:

- O que tu vês agora, vi eu no início. Desde que olhei para o pedaço de barro que vi esta obra de arte. Disse-te para veres mais além. Disse-te que vemos o que queremos. Eu fui moldando o barro como queria para materializar o que já via. E tu também tens esse poder.

Então o mestre deu um pedaço de barro ao jovem discípulo e pediu-lhe que fizesse também uma obra de arte. O jovem, embora reticente, aceitou. Trabalhou nesse pedaço 5 dias e começou a ficar desanimado. Mostrou ao mestre o que já tinha feito e disse-lhe que nunca conseguiria. Ao que o mestre respondeu que tinha que ter paciência, mas focar-se no seu objetivo final, e que não deixasse nada o desviar desse objetivo.

O jovem então continuou a trabalhar no seu pedaço de barro, insistiu e insistiu. Teve muitas dificuldades, desilusões, mas nunca desistiu. Ao fim de 3 meses apresentou a sua obra final ao mestre. Era uma escultura lindíssima de uma mulher incrivelmente bela!

O mestre sorriu e disse-lhe:

- Parabéns! viste o que querias fazer e transformaste isso fisicamente. Acreditaste que era capaz e enfrentaste o que fosse necessário para o conseguir. Viste para além de um mero pedaço de barro. Foste moldando conforme a visão que tinhas. Tudo o que imaginas, torna-se real se assim o desejas.

A tua vida é esse pedaço de barro. Transforme-a numa obra de arte!



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